Dor de garganta e cabeça, coriza, sonolência, dores musculares, fadiga, febre e tosse seca,dor de ouvido,suor excessivo, Esses são os principais sintomas da variante ômicron do novo coronavírus, já responsável pela maioria dos casos de Covid no Brasil.
Infectologistas ressaltam que a ômicron, com suas dezenas de mutações em relação ao vírus original, tem uma tendência de infectar áreas superiores do trato respiratório, como a garganta, o que explica a ocorrência desses sintomas.
Essa diferença na apresentação clínica da doença faz com que
quadros de perda de paladar e olfato, dificuldade para respirar ou falta de ar,
sintomas tão característicos do começo da pandemia, sejam cada vez mais raros.
Isso também ocorre pelo fato de que a variante encontra
atualmente uma população mais vacinada e que, em muitos casos, já teve um
episódio de Covid. Assim, em muitos casos, a variante infecta uma pessoa que já
possui alguma resposta imune ao vírus Sars-cov-2 (embora não especificamente à
nova variante).
“A ômicron não encontra mais um hospedeiro completamente
cru” explica Carla Kobayashi, infectologista do Hospital Sírio Libanês.
Confira abaixo os principais sintomas relatados pelos
médicos:
Dor de garganta
Congestão nasal/coriza
Cansaço no corpo ou dores musculares (mialgia)
Fadiga
Febre (em alguns casos, não muito alta e mais comum em
adultos)
Tosse seca (geralmente associada à uma irritação na
garganta)
Problemas estomacais (mais raros)
Os sintomas se assemelham aos relatados pelo Zoe COVID
Symptom Study, um projeto da Universidade King’s College de Londres. O estudo,
que registra, via smartphone, como centenas de milhares de pessoas infectadas
estão se sentindo no Reino Unido, indicou que os britânicos estão apresentando
os cinco principais sintomas: nariz escorrendo, dor de cabeça, fadiga (leve ou
grave), congestão nasal/coriza, dor de garganta.
Os pesquisadores compararam dados de dezembro de 2021
(quando a ômicron se tornou dominante no Reino Unido), com dados do início de
outubro (quando a delta era a dominante).
“Com a ômicron não temos essa característica. Eu só vi um
único caso desde então”, destaca.
“O sintoma mais frequente é a dor de garganta. Disparado”,
diz Lina Paola, infectologista da Beneficência Portuguesa de São Paulo. “Antes
a gente falava mais de febre, agora é dor de garganta. É uma sensação de
coceira na garganta, ou dor mesmo. Em segundo lugar está a coriza (nariz
escorrendo) e em terceiro eu diria que está a fadiga e o cansaço no corpo,
acompanhando de dor”.
A infectologista ressalta ainda que alguns pacientes têm
apresentado um quadro febril mais leve, geralmente em torno de 38ºC. Sintomas
como diarreia e dor de cabeça, embora menos comuns, também estão associados.
Paola explica que o vírus da ômicron tem uma afinidade, o
que os cientistas chamam de “tropismo viral”, de replicação nas vias aéreas
respiratórias superiores (cavidade nasal, faringe). Assim, alguns pacientes têm
apresentam uma tendência maior de replicação viral na região da faringe, onde
está a garganta.
“É isso que causa um efeito inflamatório maior. Por isso que
essas pessoas têm mais dor de garganta que coriza”.
Para a especialista, contudo, o porquê de a ômicron ter essa
característica é algo que ainda precisa ser investigado pelos cientistas.
Já Jamal Suleiman, infectologista do Instituto Emilio Ribas,
destaca que todos os sintomas comumente associados à ômicron têm uma
característica fundamental: sua transitoriedade.
“São sintomas que passam muito rápido”, diz Suleiman. “Essa
sensação de garganta arranhando, geralmente acompanhada de uma tosse seca é o
que dura mais. Às vezes pode durar duas semanas. Mas a tosse não é severa, ela
incomoda”.
“No início da pandemia víamos que a média de duração da
doença era de 7 a 14 dias, hoje estamos falando de 3 a 7 dias”, ressalta também
Paola.
Crianças e idosos têm sintomas diferentes com a ômicron?
Os especialistas ressaltam que a variante tem mantido os
sintomas em todas as faixas etárias. A diferenciação, nesses casos, é a
intensidade de apresentação da doença.
Apesar disso, embora crianças tenham menos risco de
desenvolver sintomas graves de Covid, a probabilidade não é nula.
A variante ômicron, inclusive, provocou um aumento inédito
das internações nas UTIs pediátricas de capitais estaduais. Somente no estado
de São Paulo, o número de crianças e adolescentes internadas em Unidades de
Terapia Intensiva (UTI) registrou uma alta de 61% nos últimos dois meses.
Os especialistas ouvidos pelo g1 pontuam que a dor de
garganta também é sintoma que acomete os mais jovens. Contudo, em bebês, a
identificação desses sintomas é mais difícil tendo em vista que os pequenos não
conseguem manifestar o que estão sentindo. Assim, os pais precisam estar
atentos para sinais como perda de apetite.
“Tanto nas crianças pequenas como em idosos que não
conseguem se expressar é importante que estejamos atentos. Mas isso é algo
importante não apenas para Covid, mas para todas as doenças”, diz Lina Paola.
A infectologista também alerta que, nesses casos, quando os
pacientes não conseguem se hidratar e comer adequadamente, eles podem
apresentar um quadro de tontura, embora esse seja um sintoma raro.
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