A caderneta de poupança, aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros, continua a enfrentar a fuga de recursos. Em agosto, os brasileiros sacaram R$ 22,02 bilhões a mais do que depositaram na poupança, informou hoje (6) o Banco Central (BC). É a maior retirada líquida (saques menos depósitos) registrada para um mês desde o início da série histórica, em 1995.
Com o desempenho de agosto, a poupança acumula retirada líquida de R$ 85,17 bilhões nos oito primeiros meses do ano. Esta é a maior retirada acumulada para o período desde o início da série histórica, em 1995.
Até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros
básicos da economia). Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a
render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic
voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em
13,75% ao ano. O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a
poupança render mais que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores.
Nos 12 meses terminados em agosto, a aplicação rendeu 6,72%,
segundo o Banco Central. No mesmo período, o Índice Nacional de Preços ao
Consumidor-15 (IPCA-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu
9,6%. O IPCA cheio de agosto será divulgado no próximo dia 9 pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
0 Comentários