Parece déjà vu, mas não é: o Imposto de Propriedade sobre Veículos Automotores (IPVA) 2023 vai ficar ainda mais caro. E o motivo não está na mudança da alíquota cobrada pelos governos estaduais, mas na hipervalorização dos carros usados e seminovos.
Antes de entender esse fenômeno, vale lembrar que o valor do IPVA é referente a uma porcentagem (que varia de 2% a 4%, conforme o estado) sobre o valor venal do carro, ou seja, o preço do usado de acordo com a tabela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). Todo ano, o imposto é formado com base no valor da Fipe do mês de setembro do ano anterior.
Em uma situação normal, o tributo sobre o veículo ficaria
mais barato de ano para ano, devido à desvalorização do usado. Porém, durante a
pandemia, os usados hipervalorizaram. Entre 2020 e 2021, o carro usado ficou
cerca de 25% mais caro, e essa inflação se refletiu no IPVA 2022. Mesmo que
você não tenha trocado de carro, deve ter percebido que o valor do imposto
subiu.
O cenário neste ano é um pouco diferente. A valorização
sobre o carro seminovo e usado está mais baixa, mas ainda fará o proprietário
pagar o tributo mais caro. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) de setembro, o veículo usado acumulou uma alta de 8,1% nos últimos 12
meses.
Na prática, o que isso significa?
Tomemos como exemplo o Hyundai HB20 Vision 2020. Em setembro do ano passado,
seu valor na tabela Fipe era de R$ 58.139. Considerando a alíquota para o IPVA
2022 de 4%, o dono desse veículo pagou R$ 2.325,56 de imposto.
Em setembro deste ano, porém, o preço deste mesmo veículo na
Fipe era de R$ 63.674. Com a mesma alíquota de 4%, o HB20 será tributado em R$
2.546,96, um aumento de 9,5%.
Como calcular o valor do IPVA 2023?
Para ter uma ideia de quanto será cobrado no início do próximo ano, entre no
site da Fipe e consulte a tabela. Não esqueça: antes de preencher a lacuna com
o modelo e ano do seu veículo, coloque “setembro/2022” como mês de referência.
Assim que descobrir o preço do carro no mês de setembro, é
hora de calcular a alíquota que vai incidir sobre o valor venal. A alíquota
varia conforme o estado e o tipo de veículo. Veja a seguir:
Alíquota para veículos de passeio por estado
Acre |
2% |
Alagoas |
3% |
Amazonas |
3% |
Amapá |
3% |
Bahia |
2,5% |
Ceará |
3% |
Distrito Federal |
3,5% |
Espírito Santo |
2% |
Goiás |
3,75% |
Maranhão |
2,5% |
Minas Gerais |
4% |
Mato Grosso |
3% |
Mato Grosso do Sul |
3,5% |
Pará |
2,5% |
Paraíba |
2,5% |
Paraná |
3,5% |
Pernambuco |
3% |
Piauí |
2,5% |
Rio de Janeiro |
3% |
Rio Grande do Norte |
3% |
Rio Grande do Sul |
3% |
Rondônia |
3% |
Roraima |
3% |
Santa Catarina |
2% |
Sergipe |
2,5% |
São Paulo |
4% |
Tocantins |
2% |
Fonte:
Detran
Com esses dados em mãos, basta calcular o imposto sobre o
valor venal do veículo obtido na tabela Fipe.
Descontos
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